Mark Zuckerberg diz que o fim do e-mail está próximo


Por John Naughton

O fundador do Facebook está profundamente errado sobre os e-mails.

O e-mail está morto, de acordo com o jovem prodígio Mark Zuckerberg, proprietário do Facebook. Esta notícia chegou em um e-mail do editor, onde ele aninhado confortavelmente com as 1.401 outras mensagens que eu não tinha muita vontade de ler.

 Em uma inspeção mais minuciosa, verifica-se que Zuck não é exatamente uma fonte imparcial sobre esse assunto, porque a sua previsão foi feita quando ele lançou um novo "messaging" serviço para o seu 750 milhões de assinantes, o que ele obviamente espera que suplantar um meio de comunicação que tem sido em torno desde um engenheiro chamado Ray Tomlinson inventou em 1971.

Surtos de que o cientista da computação John Seely Brown chama de "endism" foram abundantes nas discussões sobre tecnologia de comunicações desde a época de Platão, que opinou que a escrita destruiria a memória. No século 20, foi amplamente alardeado que a televisão seria a morte do rádio primeiro e, depois do cinema.

 Quando o CD-ROM chegou, muitas pessoas previram a morte do livro impresso. O crescimento explosivo em mensagens de texto foi pensado para anunciar o fim da civilização como a conhecemos, ou pelo menos da gramática, ortografia e pontuação. E assim por diante, ad infinitum, até chegarmos a previsão atual que uma explosão de tweets, atualizações de status e mensagens em sites de redes sociais anuncia a morte do e-mail.

A previsão é reforçada pelo uso seletivo de estatísticas ambíguas. Por um lado, parece que os jovens usam e-mail menos que os mais velhos. De acordo com a comScore, uma empresa de pesquisa de mercado,  o número de e-mails enviados por  jovens com idades de 12 a 17 anos caiu em quase um quarto em 2010, quando as visitas a sites de webmails, como Gmail, Hotmail e Yahoo se recusou 6% no mesmo período.

A única coisa que é surpreendente sobre isso é que as pessoas se surpreendem por ele. A maioria dos adolescentes usam a tecnologia para se comunicar com seus amigos e para o e-mail propósito é, bem, muito formal. (Além do mais, porque é um meio assíncrono, você não sabe se alguém leu a sua mensagem.) Assim, as crianças utilizam sistemas de mensagens síncronas, como SMS e ferramentas de redes sociais que proporcionam imediatismo.

Mas o principal motivo dos jovens não usam e-mail é que eles ainda não aderiram ao mundo do trabalho. Quando (ou se) o fizerem, um choque desagradável espera, porque as organizações são viciados em e-mail. Em média os trabalhadores atuais recebem algo como 100 e-mails por dia e lidam com o dilúvio que se tornou um dos desafios de uma vida de trabalho.

As organizações são viciadas em e-mail há muito tempo e já passou o ponto de disfuncionalidade e agora já beira o patológico, com os funcionários enviando mensagens para colegas de cubículos próximos, com as pessoas cobrindo suas costas por cc-ing todos os outros e os gestores bombardeando subordinados com anexos. O problema real, em outras palavras, não é se o e-mail está morrendo, mas sim o fato de estar fora de controle.

Publicado em: http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2011/nov/27/john-naughton-mark-zuckerberg-email

Primeira reportagem sobre vírus de computador

A primeira reportagem brasileira sobre vírus de computador foi feita pela TV Cultura, em 1990. Conheçam a "vacina pra matar o Michelangelo".

Novas tecnologias: nascem livres, viram monopólio. E a web?


Por Pedro Doria

A Comissão Federal de Telecomunicações americana ganhou um conselheiro dedicado à proteção do consumidor na internet e nos serviços móveis. É Tim Wu, professor da Escola de Direito da Universidade de Columbia, Nova York. Seu trabalho: garantir que a rede continue neutra. Que às grandes empresas de telecomunicações não seja permitido decidir se um site carregará mais rápido do que outro.

Não há quem entenda mais do assunto do que Wu. O melhor livro sobre tecnologia publicado no ano passado é seu The Master Switch, “o interruptor mestre” numa tradução literal. Wu tem uma tese, a de que a internet corre o perigo real e iminente de terminar controlada por um grande esquema monopolista. O que era uma tecnologia libertária pode se tornar fechada.

O argumento que usa é imbatível. Aconteceu assim com todas as principais tecnologias de comunicação no último século e meio. É o caso da telefonia, da indústria do cinema, rádio, televisão — até do telégrafo.

Poucos exemplos são mais claros do que o do surgimento da telefonia. Quando Alexander Graham-Bell inventou o telefone, na segunda metade do século 19, ele era pouco mais do que uma curiosidade. Nada que a poderosa Western Union, que controlava a comunicação telegráfica nos EUA, pudesse temer. E, no entanto, enquanto a velha tecnologia ruía em desuso, telefones espalharam-se por todo o país.

A AT&T, empresa fundada por Bell, teve um grande executivo: Theodore Vail. Empresas de telefonia com redes independentes surgiram pelos EUA, Vail comprou umas, sufocou outras. Convenceu governo e público de que suas intenções eram as melhores. De que prestava um serviço público e que esta obrigação era posta pela empresa acima do lucro. Ganhou o jogo.

Mas, bem no início, a telefonia era não apenas uma curiosidade como também uma tecnologia com ares de liberdade. Um cheiro de anarquia perante o monopólio odiado do telégrafo.

É um ciclo que se repente de novo e de novo. Uma tecnologia libertária surge promissora, desbanca uma indústria consolidada e conservadora, assume seu lugar. Transforma-se ela própria numa indústria consolidada que tenta sufocar quaisquer inovações.

A mesma AT&T tentou estancar o surgimento de fitas magnéticas para gravação de sons pois temia que pudesse concorrer em seu mercado.

Vail teve um quê de Steve Jobs em seu tempo, assim como seu discurso lembrava o de “não faça o mal” do Google. Não foi o único. O rádio, por exemplo, teve um início amador. Estava nas mãos de gente fascinada com suas possibilidades na comunicação. Ninguém ganhava dinheiro. Quem montava uma pequena rádio em casa transmitia música e informes com o desejo único de ajudar e divertir. Blogueiros de seu tempo.

Evidentemente, tudo mudou com o tempo. Grandes cadeias dominaram o rádio e fizeram fortunas com a invenção da propaganda radiofônica.

Todas as tecnologias do tipo surgiram com um discurso de liberdade e terminaram monopólios. Por que com a internet seria diferente?

Wu não considera que seja inevitável. Acha, apenas, que a cultura americana favorece este cenário. Nos EUA, a opinião pública considera que deve conter o quanto pode os poderes do governo. Mas o comportamento perante o poder privado, das grandes corporações, é diferente. Com esse, há hesitação na hora de intervir.

Descrito assim, Wu parece um professor saído das fileiras do Partido Comunista. Não é. Sua preocupação é a de garantir que a infraestrutura da internet não sofra o mesmo fim que suas antecessoras. Trata-se de uma tecnologia libertária que veio desbancar os monopólios anteriores. Este é o processo pelo qual o mercado resolve o problema.

Mas e se, desta vez, a tecnologia permanecesse livre? Um ambiente rico capaz de gerar uma cultura de inovação permanente? No qual ninguém tem o domínio total?

É justamente esse seu trabalho no governo dos EUA. Um trabalho que, de trivial, não tem nada. Afinal, o fácil é construir uma burocracia reguladora que termine por impedir a inovação que desejava garantir de início. É um desafio e tanto.

Publicado em: http://blogs.estadao.com.br/pedro-doria/2011/03/09/novas-tecnologias-nascem-livres-viram-monopolio-e-a-web/

Googled


      No começo, era apenas mais um site de busca. Hoje, é um gigante que ameaça as empresas de mídias tradicionais.
      Para entender como funciona o Google e o que ele representa, Ken Auletta entrevistou seus fundadores e seu CEO, além de seus principais colaboradores, resultando na história da empresa considerada revolucionária da busca na Internet.                                                                  O autor também conversou com representantes da ‘velha mídia’, procurando saber melhor o que a influência do Google pode significar para o futuro.
      O resultado é a mais completa história da empresa que revolucionou a busca na internet e ajudou a definir o começo do novo milênio.
      Resultado de uma pesquisa detalhada e imparcial, Googled é um livro indispensável para entender uma das empresas mais importantes da atualidade e para saber melhor o que sua influência pode significar para nosso futuro.

Título: Googled: A história da maior empresa do mundo virtual - e como sua ascensão afeta as empresas do mundo real
Autor: Ken Auletta
Editora: Agir
Valor: R$ 70,90

Matrix: sim, ela existe

Palestra de Augusto de Franco, no TEDxSP, em 2009.